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Mostrando postagens de junho, 2022

Cócegas antes de ninar.

Vovó estava parada e fazia poucos gestos. Ela se chama Esmeraldina e já tem 94 anos, Nunca vi vovó sorrindo e um dia perguntei pra mamãe o que ela têm que a deixa parada feito estátua, - Está doente - disse mamãe sibilante à Rafa. -Como minha carie no dente? -Um pouco mais grave -completou desanimada. Certo dia decidiu ir ao quarto da vovó e fazê-la sorrir. -Oi vovó, por acaso a senhora gosta destas pinhas coloridas que fiz. Ela olhou e balançou a cabeça mas ainda estava congelada, como se lembra-se vagamente de algo. -Brincava com pinhas quando era criança - disse breve e leve. No outro dia a neta de dona Esmeraldina voltou com um par de cavalos de Dalarna que havia pedido ao pai para esculpir: -Não são bonitos, dizem que eles colocam tudo de triste nas costas e o levam embora. No entanto Vovó mostrou-se mais interessada com as fotos que estavam na estante.  A sua netinha não desistiu, e depois levou pra ela um dvd de um filme de comédia antigo que sua mãe contou que ela gostava muito

Einstein e a luz.

Está no caminho Entre as faces Dos astros, que a luz é intransigente  à escuridão. A nuvem veste a luz. o fóton nauseante.  Enquanto a fortuna Roda a minha íris. 

Einstein e a imagem.

 Trocar a fala por música orquestrada, trocar a rotina por outra estrada, o que os animais veem Talvez seja nossa imagem. Respeitar o olhar para Ter-se o implante no lugar r ver o beijo no espaldar. Esta alvorada deixou Impresso na visão Ranhuras rubrosas de paixão.

Einstein e o som.

 Escotilha  ex-cortina. Resto de luz ensacada. vermífugo no aborígene. Restos de coração ainda em suspeição para edulcorar  a vertigem. 

A dança do fogo

 Som antes da combustão, o do crepitar de pedras, de palha seca à boca salivada, peixe pronto para nadar nas enzimas, esta é a casa do Neandertal mais próximo daqui e que apenas não ficou como múmia sem teto, por causa da pirâmide que foi elevada,  

Ceiva azul.

 Nunca vi um elefante fazendo xixi num poste, e nem um cachorro  do tamanho de um ônibus. Na cabeça da Maria Flor sempre coube um monstro do armário, e um ursinho de pelúcia que come uva. Se por onde os caracóis passam nascem trevos, ela é a Maria Flor que desbota com os dedos ao contar até dez, isso eu já vi.  E vi até um urubu abrindo o saco de balas,  Enfim, até o que nunca vi se misturou com o que via, no desenho de Maria Flor.